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A ouvidoria na universidade pública: probabilidades e improbabilidades da comunicação

Autora: Tassiara Baldissera Camatti

Orientadora: Cleusa Maria de Andrade Scroferneker


Resumo: A partir da Teoria dos Sistemas (LUHMANN, 1996), que compreende a comunicação como constituinte fundamental para a evolução da sociedade, por meio de processos autopoiéticos e autorreferenciais e via relações de interpenetração e acoplamento mútuo, propomos nossa pesquisa com foco na Ouvidoria Universitária, tendo como objetivos investigar o papel da ouvidoria nas organizações universitárias; analisar como se processa a comunicação na ouvidoria universitária e discutir as probabilidades e improbabilidades da comunicação na ouvidoria universitária. Nossa escolha advém das leituras e levantamentos realizados, compreendendo a ouvidoria universitária como um objeto de pesquisa adequado para a temática investigada. Trata-se de um sistema social, em constante relação com seu entorno e outros sistemas, permeado pela complexidade e seus aspectos diversos: instabilidade e equilíbrio, ordem e desordem, unidade e diferença. O resgate teórico que realizamos está embasado, principalmente, nos conceitos de comunicação, universidade e ouvidoria. O método escolhido para propiciar-nos as reflexões e aprofundamentos necessários é a Hermenêutica de Profundidade, proposta por Thompson (1995), a qual nos possibilita compreender, interpretar e reinterpretar os sistemas e seu entorno. Quanto aos procedimentos metodológicos, optamos pela análise documental, levantamento de dados - via questionário, entrevista e observação direta, além da análise histórica e formal/discursiva nas quais utilizamos a análise de conteúdo proposta por Bardin (1977). O objeto de pesquisa foi composto pelas ouvidorias das universidades públicas, associadas ao Fórum Nacional de Ouvidores Universitários e participantes do XIII Encontro Nacional do FNOU, sendo que nossa escolha se justifica pelo predomínio de ouvidores das IES públicas no evento. Ao final, tecemos algumas considerações que expressam o resultado das reflexões realizadas. Quanto a ouvidoria, entendemos que desempenha a função de agente com múltiplos papéis: facilitador, educador e mediador, participando, mesmo que indiretamente, do sistema universitário. Quanto ao processo de comunicação, constatamos que não está baseado em consenso, mas sim em diversidade de interpretações advindas das interações coletivas, via processos relacionais que envolvem a interpenetração e o acoplamento mútuo para manter o equilíbrio dos sistemas participantes. Nesse contexto, a linguagem, os meios de difusão e os meios simbolicamente generalizados são importantes mas não garantem a probabilidade da comunicação. Esta, na ouvidoria das universidades públicas, depende, principalmente, da interação humana, embasada no diálogo e na percepção de como os diversos atores: demandantes, funcionários/servidores, professores e gestores utilizam a linguagem, tanto verbal como não-verbal, para expressar-se, compreender as mensagens, inclusive simbólicas, relacioná-las às suas experiências particulares e, assim, produzir sentido.






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